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#140 - O poder, e importância, do mínimo viável
Enviado por Lucca Moreira

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Pós-maratona parei de correr. Na verdade, parei quase por completo de fazer aeróbico e, mesmo dois meses atrás tendo corrido os 42 km tranquilamente (falando de respiração e VO2), ontem corri 5 km e sofri muito.
Esse choque de realidade foi ótimo porque tornou muito claro a necessidade de voltar urgente com aeróbico regular e...
Mais importante que isso, foi ver a importância da constância e de manter, mesmo de forma mínima, estruturas regulares.
A matemática cruel da inatividade
Se eu tivesse corrido uma vez por semana pelo menos pós-maratona, teria mantido um pouco da capacidade. Agora voltei quase na estaca zero por causa de dois curtos meses.
Agora imagina seis meses, um ano, dois anos...
A vontade de recomeçar, de partir lá de baixo para construir algo que já havia construído é extremamente dolorosa. Não podemos deixar chegar a isso. Precisamos manter o mínimo.
É brutal como o corpo "esquece" rápido. Dois meses foram suficientes para eu perder quase tudo que tinha construído em um ano de treino. A capacidade cardiovascular que me levou pelos 42 km evaporou em oito semanas e olha que no meu caso malhei regularmente, joguei tênis e outros esportes.
A universalidade do conceito
Vale para mim igualmente para o trabalho. Tirar férias de um mês inteiro desacostuma totalmente com a ideia de trabalhar, com o desconforto de executar tasks difíceis.
Por isso que na minha visão, mesmo nas férias, se forem mais longas, precisamos de alguma forma manter a constância na ética do trabalho, podendo ser transferida para hobbies ou outros projetos.
Já vivi isso algumas vezes. Depois de férias longas, voltar ao trabalho é como acordar um músculo que estava dormindo. As primeiras semanas são uma luta contra a preguiça, contra a vontade de fazer qualquer coisa menos trabalhar.
A constância não é só necessária para uma evolução verdadeira, mas para não tornarmos todo recomeço algo extremamente difícil de se fazer.
É como se a constância fosse um seguro contra a nossa própria preguiça futura.
Quando você mantém o mínimo, você nunca perde completamente o hábito. Você nunca volta para o ponto zero absoluto. Você pode estar abaixo do seu pico, mas ainda está na estrada.
Quando você para completamente, precisa construir a estrada de novo.
O poder do mínimo viável
A lição que tirei é: sempre mantenha o mínimo viável.
Uma corrida por semana. Uma hora de trabalho por dia nas férias. Dez minutos de leitura quando a vida está caótica.
Não precisa ser perfeito. Não precisa ser o ideal. Só precisa manter a chama acesa.
Porque a diferença entre "pouco" e "nada" é gigantesca. Pouco ainda é movimento. Nada é inércia total.

Ontem, correndo aqueles 5 km, senti na pele o que significa ter que reconstruir algo que você já havia conquistado.
É frustrante. É desanimador. É querer desistir na primeira subida porque você lembra que dois meses atrás isso era moleza.
Mas também é um lembrete poderoso: nunca mais vou deixar chegar a esse ponto.
A partir de agora, mesmo nos períodos mais difíceis, mais corridos, mais complicados, vou manter o mínimo.
Porque descobri que o preço de parar completamente é sempre maior que o esforço de manter o básico.
E você? O que você parou de fazer que está custando caro para recomeçar?
Talvez seja hora de voltar. Mesmo que seja só um pouquinho. Mesmo que seja só para não perder completamente o que você já construiu.
Porque recomeçar do zero dói muito mais que manter o mínimo.
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Até a próxima,
Lucca Moreira,
Co-Founder Insight Espresso
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