#138 - viver no presente, atenção plena

Enviado por Lucca Moreira

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Eu me acostumei fazem uns anos a sempre comer vendo televisão. Seja uma série, filme ou vídeo no YouTube, a hora de comer também é hora de assistir.

Até pouco tempo considerava um grande "hack". Otimização de tempo. Conseguia me alimentar, que é uma necessidade, enquanto descansava um pouquinho. Juntar o útil ao agradável.

Assim foi até que decidi um dia sair para um restaurante e almoçar completamente sozinho, sem telas, sem estímulos, e enxerguei como um lapso da realidade: verdadeira presença.

Esse almoço me fez repensar tudo. Enxerguei no meu argumento falho de otimização um sintoma de uma doença que assola provavelmente todo ser humano vivo que não seja monge, missionário ou algum tipo de guru espiritual.

A doença da multitarefa.

O Sintoma de Uma Geração

Vamos malhar levando uma lata de Red Bull, escutando música alta, mexendo no Instagram e em outras redes sociais enquanto também estamos adiantando nosso dia passando demandas no WhatsApp.

Eu ouso dizer que essa multitarefa é O MOTIVO da ansiedade ser tão alta hoje em dia. Fazemos tudo e não fazemos nada.

Nos tornamos compromissados e com agenda cheia, mas zero produtivos.

Vamos deixando os estímulos constantes se tornarem parte do nosso dia, da nossa rotina e, consequentemente, e inevitavelmente, se tornam vícios.

A geração que hoje está com 20 anos não consegue nem assistir um filme completo sem dar umas cinco olhadas (ou mais) no Instagram.

Duas horas de lazer que é assistir um filme se tornaram tempo demais pela velocidade que as coisas acontecem. Mesmo com toda a ação de um filme de espião, precisamos dos cinco segundos com música de fundo, legendas chamativas e uma tela dividida de um jogo rodando em loop.

As redes sociais aprenderam a nos prender com artimanhas e nos deixar viciados a precisar ver, mas não absorver nada.

A Salvação: Viver Presente

Porém, só porque estamos assim hoje não significa que não podemos mudar. E aqui trago o contraponto, a salvação, o melhor remédio: viver presente.

Esqueça meditar. É o simples ato de fazer qualquer coisa com plena atenção.

Por mais que tenha muito chão a percorrer nessa caminhada, eu tenho a sensação de que consigo praticar atenção plena em alguns momentos do dia e me ajudam muito a controlar minhas emoções, ansiedade e paz interior.

Eu tento nunca acordar e olhar o celular direto, mínimo uma hora. Todo sábado e domingo tiro uma hora na parte da manhã para escutar música na varanda. Na sauna e banheira de gelo nunca uso o celular por todo o período que estou lá.

Coisas simples e que fazem toda a diferença. Esses momentos me mostram que existe uma paz esquecida no nosso dia a dia, que não precisa de nada extraordinário para ser atingida, somente atenção pura.

O Paradoxo da Produtividade

Enquanto escrevo esse texto, estou escutando música eletrônica, o que não é ideal, mas só paro de escrever para fazer qualquer outra coisa quando termino.

Se eu ficasse olhando o WhatsApp aberto no computador, eu demoraria três vezes mais no mínimo para escrever. Ou seja, a multitarefa, além de tirar a beleza do momento, que sempre está dividido, ela ainda atrapalha a produtividade.

Ela fere exatamente o que veio para ajudar. Enquanto isso criticamos as pessoas que calmamente sentam e executam uma coisa só por um bom tempo até que seja terminada a tarefa.

Produzir mais, ter menos ansiedade, ter mais paz na vida não pede mais coisa, pede menos coisa feita com total atenção pelo tempo combinado.

Menos É Mais

Na minha nova empresa de dados colocamos como um dos pilares da cultura "Menos é mais" e na essência é sobre isso que estou falando aqui.

"Menos é mais" significa entender que o melhor resultado não vem da soma e sim da subtração. Que as melhores oportunidades não são ultra complexas e sim completamente simples. Que a felicidade não vem de fazer mais coisas e sim de fazer menos coisas intensamente.

A vida se tornou uma vida de adição: mais remédios, mais suplementos, mais redes sociais, mais conhecimento, mais produtividade, mais dinheiro, mais relacionamentos, enquanto a resposta para cada um desses tópicos é: menos com plena atenção.

E como começar?

Da mesma forma que eu estou começando, nos pequenos detalhes. É caminhar no silêncio ao invés de escutar música, é cozinhar sem a televisão ligada, é trabalhar sem ficar usando o WhatsApp de cinco em cinco minutos.

O caminho do menos é mais não é extraordinário, é ordinário ao extremo.

Na minha opinião, nada é melhor prova de uma mente bem ordenada do que a capacidade de um homem de parar onde está e passar algum tempo na sua própria companhia.

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Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso

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