Esse final de semana acabei tendo que enfrentar duas conversas difíceis, conversas que não queria ter de jeito nenhum e queria deixar o lembrete da importância delas.

Conversas difíceis são aquelas que nós enrolamos para ter, que sabemos que será desconfortável e que muitas vezes mudarão as coisas permanentemente.

Elas nunca serão legais, mas é infalível: passamos por ela e sentimos infinitamente melhor.

O Preço de Adiar

O problema de deixar conversas difíceis de lado é que elas não somem. Elas ficam lá, crescendo, criando raiz.

Primeiro vem o acúmulo. Cada dia que você não fala o que precisa falar, o sentimento cresce. A raiva vira ressentimento. A decepção vira mágoa. O incômodo vira revolta.

Depois vem a tensão. Você começa a tratar a pessoa diferente sem ela nem saber por quê. Fica estranho, artificial. Vocês dois sentem que algo está errado, mas ninguém fala nada.

Por fim, chega o ponto onde o dano pode ser irreversível. Porque o problema que podia ser resolvido com uma conversa de 20 minutos agora virou anos de ressentimento acumulado.

Eu já vivi isso. Já deixei conversas importantes passarem do ponto. E acredito hoje que: mais tempo sendo deixado de lado, mais complexo é de resolver.

Como Enfrentar o Desconfortável

A chave para conversas difíceis é ser sincero e firme na sua posição, mas sem atacar a pessoa.

Primeiro, seja claro sobre o que você sente. Não fica dando voltas, não tenta suavizar demais. Se você está incomodado com algo, fale que está incomodado. Se você se sentiu desrespeitado, fale que se sentiu desrespeitado.

Segundo, seja firme na sua posição. Não é sobre brigar, é sobre estabelecer limites. É sobre mostrar que certas coisas não são aceitáveis para você.

Nas duas conversas que tive esse final de semana, usei a mesma abordagem: fui direto ao ponto, falei exatamente como me sentia e deixei claro o que esperava dali para frente.

Foi desconfortável? Sempre é. Mas no final de cada conversa, a sensação foi de alívio e paz.

Sabe qual foi a parte mais interessante? Em ambos os casos, a pessoa do outro lado disse que também estava sentindo a tensão e queria conversar, mas não sabia como começar.

Isso acontece mais do que imaginamos. Todo mundo sente quando algo está errado, mas ninguém quer ser o primeiro a falar.

E aí fica todo mundo sofrendo por algo que podia ser resolvido em uma conversa sincera.

Agora pare e pense: qual conversa difícil você está adiando? Com quem você precisa ser sincero mas está enrolando para falar?

Essa semana, tenha essa conversa. Pare de adiar o inevitável.

Vai ser desconfortável, mas você vai se sentir infinitamente melhor depois. E pode apostar: a pessoa do outro lado também.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso