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#108 - O caminho menos trilhado
Enviado por Lucca Moreira | 28 de Abril de 2025

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Tempo de leitura: 6 minutos
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O que vamos explorar hoje?
O Caminho Solitário: Por que seguir sua própria trilha, mesmo que ninguém mais entenda, pode ser a decisão mais poderosa e transformadora da sua vida.
A Armadilha dos Grupos: Como a necessidade humana de pertencer pode sufocar a individualidade e o pensamento crítico, criando polarizações que nos afastam da autenticidade.
O Poder da Autenticidade: Descubra por que abraçar seus defeitos, estranhezas e diferenças é o caminho mais eficaz para alcançar felicidade, sucesso e plenitude espiritual.
Duas estradas divergiam em um bosque, e eu peguei a menos percorrida, e isso fez toda a diferença.
Essa é uma newsletter sobre o caminho pouco caminhado. A jornada incomum. A não conformidade. A curiosidade inquietante. A revolta silenciosa.
Enquanto é natural do ser humano querer fazer parte, estar dentro de uma comunidade e se sentir incluído em algo maior do que nós mesmos, devemos também estar dispostos a trilhar nosso próprio caminho.
O ser humano ama pertencer. Isso faz parte da nossa evolução; somos animais sociais e precisamos uns dos outros.
Estar dentro de um grupo é parte primordial de quem somos. Apesar disso, em um mundo cada vez mais polarizado, acredito ser igualmente importante buscarmos nossa individualidade frente ao todo.
Hoje, o exemplo mais claro da perda de individualidade é visto na política. O mundo, com o Brasil incluído, se tornou ultra polarizado entre esquerda e direita.
E dentro desses grupos enormes cabe tudo. A partir do momento que algo se torna parte da identidade do grupo, as pessoas compram a briga mesmo que não faça sentido algum.
Alguns exemplos que penso constantemente:
A esquerda ser totalmente contra Israel, sendo que é um dos países mais pró-direitos LGBT no mundo, e defender o Hamas, que é um grupo ultra radical islâmico totalmente contra o movimento LGBT.
A direita defender a ideia de que todos devem ter igual oportunidade e, ao mesmo tempo, ser contra tudo que tange estruturas de equidade (não igualdade) de oportunidades.
Coloquei exemplos polêmicos dos dois lados justamente para gerar a sensação inicial de defender o seu lado. Sentiu a vontade?

O desuso do pensamento crítico
Esse é o grande problema. Hoje, essas estruturas não permitem a discordância, e isso vale para ambas as partes e quaisquer outras. O pensamento crítico acaba entrando em desuso.
Deveríamos nos sentir confortáveis em discutir, contrariar e, principalmente, acreditar no que queremos. Mas isso não acontece.
Quando nos identificamos fortemente com um lado ou outro, assumimos narrativas muitas vezes insanas porque fazem parte daquele grupo.
O mundo está enlouquecendo justamente por causa disso. As pessoas preferem se sentir parte de um grupo do que simplesmente seguir seu próprio caminho.
E venho defender exatamente o contrário. Os grupos são importantes, mas, acima de tudo, devemos seguir nossos princípios e valores, acreditar no que queremos e estarmos dispostos a seguir o caminho sozinhos caso nada mais faça sentido.
Na minha vida, sempre me vi um pouco como outsider. Algumas interações sociais nunca foram fáceis pra mim e, antes, eu me cobrava muito por causa disso.
Com o tempo, fui entendendo que essas características que me faziam sentir como um outsider são justamente as que mais devemos abraçar em nós mesmos.
Eu sou um nerd que gosta de videogames e de estudar livros clássicos de filosofia. Sou escritor e gosto de compartilhar coisas pessoais que, quando eu era mais novo, seriam motivo de piada ao meu redor.
Eu sei que penso diferente e quero viver uma vida diferente. Essa conclusão é incrível, porém ela não vem sem seus problemas.

A busca pela autenticidade
Ninguém ao seu redor vai entender completamente. Amigos vão fazer piadas, familiares também. Quando você falhar, todos irão pensar ou até mesmo dizer: "Eu sabia, pra que fazer isso?"
Quanto mais livre você estiver para pensar, mais irá se afastar dos grupos que antes faziam parte da sua identidade. Quanto mais você descobre que nada sabe, mais o mundo te vê como um estranho que não toma posição.
Todos buscam certezas, todos querem ser iguais, e então os diferentes são marginalizados por não fazerem parte de nenhum nem o outro.
Por mais que tudo isso soe negativo, existe um benefício que torna esses pontos insignificantes: você será autêntico.
Quer uma vida feliz? Seja autêntico.
Quer sucesso? Seja autêntico.
Quer buscar a espiritualidade? Seja autêntico.
Autenticidade é mais do que simplesmente ser você mesmo; é se conectar com seu eu mais profundo, aceitar todos os defeitos e esquisitices, porque tudo isso é você.
O filme "Substância", que concorreu ao Oscar este ano, conta de forma bem provocadora a história de uma mulher que, ao usar a "substância", se divide em dois seres: sua versão jovem e sua versão velha.
Para que esse experimento dê certo e ela aproveite ao máximo sua versão jovem, ela precisa lembrar constantemente: "Vocês são a mesma pessoa."
As partes de nós mesmos que nos incomodam ainda somos nós. Aquilo que nos causa vergonha e que tentamos esconder faz parte de nós.
Por mais que seja dolorido encontrar seu caminho único e aceitar seu ser completo, esse processo gera algo mais profundo e significativo na vida.
Enquanto todos querem ser iguais, trilhar o mesmo caminho e ter os mesmos sonhos, permita-se ser diferente.
"Quem segue a multidão geralmente não vai além da multidão. Aqueles que caminham sozinhos provavelmente se encontrarão em lugares que ninguém jamais viu antes."

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Até a próxima,
Lucca Moreira,
Co-Founder Insight Espresso
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