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#106 - Sabemos o que fazer, porque não mudamos?
Enviado por Lucca Moreira | 22 de Março de 2025

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Tempo de leitura: 6 minutos
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O que vamos explorar hoje?
O abismo confortável: Por que é tão fácil ficar preso entre saber o que fazer e realmente fazer algo a respeito?
Quentin-Detest-Fest: Como Quentin Tarantino usa um método radical de autoconsciência para identificar seus problemas e iniciar mudanças reais.
Caminho para mudança: Por que conscientizar profundamente nossos hábitos é a chave para que a transformação aconteça naturalmente.
Todos nós sabemos o que precisamos fazer para melhorar nossas vidas, então por que continuamos deixando essas coisas de lado?
Eu estava conversando com um amigo esses dias e, em suas falas, ele tinha certeza sobre o que precisava fazer. Chegou o final de semana e fez exatamente o contrário de tudo que tinha falado e se proposto.
Quando vi isso acontecendo, comecei a fazer criticas na minha cabeça. Ele SABE o que precisa fazer, por que simplesmente não faz?
Não passou nem meio minuto desde que o pensamento crítico surgiu, e lembrei da minha própria jornada.
O processo doloroso de trocar hábitos, principalmente hábitos que se tornaram vícios na minha vida. Lembro-me das incontáveis vezes em que achei desculpas extremamente lógicas para continuar fazendo aquilo que também SABIA que era ruim.
Na verdade nem é só no passado, acontece ainda hoje, enquanto tento substituir alguns hábitos que permaneceram comigo mesmo após tantas mudanças.
Eu sei exatamente por que ele sabe tudo que precisa fazer, mas não faz; porque eu também sei tudo que preciso fazer e não faço.

O abismo entre saber e fazer
Entre as palavras "saber" e "fazer" existe o maior abismo que o ser humano enfrenta em sua vida. Um abismo não obscuro e perigoso, mas totalmente confortável. Um abismo com poltronas, videogame e todos os prazeres mundanos que gostamos, mas que nos deixam presos lá no fundo.
Ele é gostoso demais para largar, e mesmo assim precisamos deixá-lo para trás. Afinal, se queremos grandes feitos na vida, precisamos passar por desconfortos inimagináveis.
Como então deixar para trás esse abismo e iniciar o processo de fazer?
Essa é uma pergunta para a qual você vai encontrar tantas explicações quantas estrelas no céu. Isso porque, no fundo, todos que já superaram esse abismo nunca sabem exatamente como o fizeram…
Uns dirão que foi Deus, outros que simplesmente decidiram, outros ainda que foram motivados por términos, catástrofes ou problemas.
O ponto aqui é: você não vai encontrar um padrão porque não existe um, ou pelo menos ninguém sabe transmiti-lo.
Mas há um processo essencial que funciona como uma lanterna nesse caminho escuro da mudança: tornar-se profundamente consciente.

Quentin-detest-fest
Você precisa olhar para sua vida de forma honesta e clara, identificar o que realmente está impedindo você de evoluir e entender por que esses hábitos persistem. Não adianta apenas saber superficialmente; você precisa compreender profundamente as raízes do problema.
A verdadeira mudança começa quando nos tornamos conscientes do que precisa ser mudado e, principalmente, do porquê. Quando entendemos a dor, a ressaca moral, que esses hábitos nos causam e o benefício que teremos ao superá-los, nosso instinto natural assume o controle e começa a nos empurrar para fora desse confortável abismo.
Quentin Tarantino falou em seu podcast com o Joe Rogan sobre seu processo que trabalha exatamente essa consciência. Ele chamava isso de Quentin-Detest-Fest.
Ao invés de tentar arrumar desculpas, ele virava a noite escrevendo tudo que ele estava fazendo de errado em sua vida, sem argumentos lógicos do porquê, apenas listando o que estava errado.
No final, ele gastava as duas horas pensando no que deveria estar fazendo para mudar.
Hábitos são formados no subconsciente e sempre serão desconfortáveis de mudar. Portanto, precisamos usar nosso consciente para nos prepararmos para as mudanças, ajudando nossa mente a entender o que está errado.
Não é um jogo do consciente contra o subconsciente nesse caso; o consciente é somente o guia para a mudança. Afinal, não existe poder consciente que ganhe do sistema automático do nosso cérebro.
“Suas crenças se tornam seus pensamentos, seus pensamentos se tornam suas palavras, suas palavras se tornam suas ações, suas ações se tornam seus hábitos, seus hábitos se tornam seus valores, seus valores se tornam seu destino.”
Nós sabemos o que precisamos fazer (crenças). Agora precisamos externalizar (pensamentos e palavras) e consequentemente agir.
Isso muda nossos hábitos, e a partir deles os valores e o destino acontecem de forma automática.

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Lucca Moreira,
Co-Founder Insight Espresso