- Insight Espresso
- Posts
- #145 - fazendo do seu jeito, sacrifícios e mentalidade vitimista
#145 - fazendo do seu jeito, sacrifícios e mentalidade vitimista
Enviado por Lucca Moreira

Recebeu de algum amigo? Se inscreva clicando aqui.
A mentalidade vitimista
Em 1980, um psicólogo de Dartmouth chamado Dr. Robert Kleck conduziu uma experiência interessante com um grupo de estudantes universitários.
Todos passariam por uma série de entrevistas profissionais, mas antes de começarem, metade dos participantes foi informada de que teria uma grande cicatriz pintada de forma proeminente no rosto por um maquiador.
A cicatriz que lhes foi mostrada no espelho foi removida antes das entrevistas, mas metade dos participantes participou das entrevistas acreditando que tinham uma grande cicatriz à vista do entrevistador.
Nos resultados fascinantes, os participantes que acreditavam ter a cicatriz observaram que os entrevistadores os trataram de maneira diferente. Eles citaram sentimentos de julgamento, desamparo e impotência na situação.
Os participantes que acreditavam ter uma aparência normal não expressaram tais sentimentos.
Simplesmente acreditar que tinham uma cicatriz fez com que os participantes interagissem com o mundo de maneira diferente e percebessem desprezo que não existia.
O Experimento da Cicatriz de Dartmouth é um estudo de caso interessante sobre o impacto da chamada mentalidade de vítima em nossas vidas.
A mentalidade vitimista é diferente de termos sido vítimas, até porque, todos nós seremos vítimas alguma vez em nossas vidas.
Porém, a mentalidade se trata de construir uma identidade passiva, de que as coisas acontecem conosco e consequentemente vamos perdendo incentivos para fazer.
Você para de se importar com a carreira porque não nasceu para se aproveitar do sistema.
Você para de se importar com seus relacionamentos porque todos uma hora vão te decepcionar.
Você para de correr atrás de objetivos porque a vida é injusta e sua situação não permite.
Ao invés disso, mesmo sendo às vezes pura sorte ou acaso, é bem melhor acreditarmos que somos donos da nossa jornada e dos nossos resultados, porque com essa crença conseguimos nos movimentar com muito mais intencionalidade.
"Você está no controle. De tudo. Tudo depende de você. Ninguém virá te salvar. Mas você é totalmente capaz de descobrir como fazer. De extrair tudo o que deseja desta vida. Você está no comando. Nunca desista."

Fazendo do seu jeito
Quando tinha 13 anos, o futuro produtor musical vencedor de vários Grammys, Finneas O'Connell, ligou para o pai de um amigo, que trabalhava profissionalmente com produção musical. Finneas tinha acabado de descobrir uma ferramenta chamada limitador — algo que os produtores musicais usam para ajudar a controlar o volume do som — e, após algumas experiências, ele queria saber: "Estou usando isso corretamente?"
"Finneas", disse o pai do amigo, "ouça, é muito importante que você entenda a diferença entre a maneira correta de fazer algo e se você gosta ou não. Sempre haverá alguém no mundo da música para lhe dizer por que você fez algo incorretamente, por que isso é demais ou aquilo é de menos. Portanto, é muito importante gostar ou não gostar de algo... Se alguém lhe disser: 'Essa voz está muito comprimida', isso pode ser verdade... Mas se você disser: 'Não, não, não, eu comprimi assim de propósito. Eu gosto assim' — se você gosta do som, então é a maneira correta."
Hoje em dia todo mundo que já chegou em algum lugar quer falar sobre A FORMA de chegar também…
O que esse texto mostra é que existe sim o correto mas você não deve se prender a ele e confiar também no que você gosta.
Essa capacidade intuitiva de ir contra “correto” porque você acredita que existe uma forma melhor é algo que precisa ser treinado, porque sempre será desconfortável e difícil de fazer.
O treino na minha visão é feito através de dois princípios:
Conhecer bastante o que está em pauta, mesmo que conhecimento muitas vezes não entrega todas as peças do quebra cabeça, ela nos ajuda a eliminar e entender muito.
Estar disposto a errar, acho muito difícil acertamos todas as decisões e portanto ter essa capacidade de lidar com erros e fracassos aumenta consideralvemente a nossa confiança em ir contra o padrão.
É preciso tentar porque desses caminhos pouco trilhados surge a originalidade e essência de quem somos.

Sacrifício é felicidade
Ontem fui ver a Maratona de Florianópolis e depois de dois meses parado tive uma vontade enorme de voltar a correr. Ver os maratonistas chegando cansados, chorando e totalmente satisfeitos me lembrou: não é sobre a chegada, é sobre o que passamos para chegar.
Os nove meses de sacrifício atrás de sacrifício. Lidar com machucados, dúvidas e preguiça para atravessar uma linha de chegada meses na frente.
Quando comecei a treinar, falava para todo mundo que em nove meses completaria uma maratona. Os olhares descrentes me ensinaram duas coisas: as pessoas não acreditam porque não querem acreditar que conseguem também, e nem eu mesmo acreditava completamente.
Mas aqui está a principal mensagem: sacrifício e felicidade são diretamente proporcionais. Quanto mais sacrifício consciente, mais feliz seremos.
O que não significa que vamos ser perfeitos em relação a isso… Buscar a perfeição é irreal, devemos buscar o “mais vezes” (que idealmente está subindo no decorrer da nossa vida).
Lembro no ciclo das sextas após o trabalho. A vontade natural era sair com amigos, mas com treino longo no sábado eu ficava em casa, assistia um filme e dormia cedo. Doía um pouquinho, mas acordava descansado e animado para o desafio.
É sacrifício de curto prazo para felicidade de longo prazo. É suportar 30 minutos de desconforto na sexta para aproveitar todo o sábado.
O sacrifício é a moeda de troca mais forte que temos para o nosso sucesso.
O sacrifício faz parte da vida. É assim que deve ser. Não é algo a lamentar. É algo a que se deve aspirar.

1 filme: Um Completo Desconhecido
Nota IMDB: 7,2
Onde assistir: Disney +
Bob Dylan chegou em Nova York em 1961 como um garoto de 19 anos do Minnesota com uma guitarra e um sonho. Mas em vez de seguir as regras do folk tradicional, ele fez do seu jeito - misturou protesto social com poesia surrealista, trocou o acústico pelo elétrico e irritou puristas no processo.
O filme mostra como Dylan se recusou a ser categorizado ou limitado pelas expectativas dos outros. Quando todo mundo queria que ele fosse o "porta-voz de uma geração", ele simplesmente mudou de direção.
Fazer do seu jeito não é sobre agradar - é sobre ser autêntico ao que você acredita, mesmo quando isso decepciona quem esperava outra coisa de você.

O que você achou da newsletter de hoje? |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
Até a próxima,
Lucca Moreira,
Co-Founder Insight Espresso
Reply