O caminho pouco importa.

Hoje a Friday vai ser mais parecida com a Tuesday por um motivo especial, acabei de sair de uma palestra do Professor Clovis de Barros e sai dela com uma ideia incrível.

Estou em um evento que foi correria, 3 dias direto e então será feita de uma forma bem cru, mas acredito que a mensagem é tão relevante como qualquer outra que trouxe aqui.

Durante sua breve e extremamente profunda palestra, ele falou algo que ficou comigo:

Depois ele complementa, e vou parafrasear aqui, que isso só é possível porque ele decidiu viver acima de tudo a vida que ele queria. E querer significa viver a vida que nós mesmos consideramos ser a de maior valor.

E isso no papel é ótimo, lindo de se pensar e falar que vai acontecer, mas existe um preço para viver a vida de maior valor, a nossa vida escolhida: a responsabilidade total.

Responsabilidade total

Enquanto estamos seguindo caminhos já trilhados, seguindo a segurança, seguindo as oportunidades que aparecem, não temos responsabilidade total porque optamos por não ter.

Se falharmos, fica fácil encontrar desculpas e racionalizar o por que deu errado. Afinal, não era nossa vida, nunca quisemos ela de verdade.

Por outro lado, viver por decisão, viver na responsabilidade total significa que todo fracasso e sucesso são nossos. Não existe desculpa, não existe consolo. Nós escolhemos aquilo ali em nível e grau.

É assustador? É. Mas eu sinceramente não gostaria de nenhuma outra forma.

Acredito que a responsabilidade total é a maior das aventuras, é o que precisamos buscar e ela nos permite viver nossa vida de maior valor.

O cotidiano importa MUITO mais que uma viagem.

Quando Clovis fala que está vivendo sua vida de maior valor, para mim significa viver os dias de maior trabalho com muito mais empolgação do que qualquer viagem, e é algo em que paro para pensar frequentemente.

Eu hoje consigo dizer com confiança que tenho essa mesma sensação. Não preciso escapar, não preciso viajar, apesar de querer viajar para muitos lugares, e tudo porque estou vivendo o dia a dia que me entrega toda felicidade do mundo.

Muitos amigos meus não entendem isso. Na visão deles, o que estou vivendo, incluindo todas as responsabilidades e sacrifícios, é algo prejudicial para a vida, é algo que me priva do prazer da vida.

Eu defendo exatamente o contrário. É de longe os momentos que estou mais vivendo a vida e seus prazeres, e tudo porque EU ESCOLHI.

E para muitos que sentiram a animação e vontade de mudar, mas lá no fundo surgiu um medo, um pensamento parecido com: "eu não consigo fazer isso, tenho custos, tenho família..."

Eu entendo e não estou falando que essas escolhas precisam ser chutar o balde, se demitir hoje e começar a perseguir quem você é. Mas é começar a escolher cada vez mais coisas na sua vida até que inevitavelmente você chegará na sua essência, a sua vida cotidiana feliz.

Inclusive faço um adendo aqui: as escolhas de que estou falando podem ser tão simples como parar de resmungar no dia a dia, parar de ficar com raiva de que seu chefe é amargo.

Tudo começa aí, nesses pequenos momentos que decidimos fazer diferente, agir de uma forma que é contraintuitiva para o que a situação requer e seguir com o que queremos.

Lembre-se: o cotidiano é onde precisamos encontrar nosso maior valor, seja ele pescar, empreender ou recitar poesia. Temos que parar de responder à vida e começar o quanto antes a moldá-la. O tempo passa e rápido, mas sempre há tempo para encontrarmos quem somos.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso