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#131 - tudo importa, opinião coletiva e a realidade dos sonhos
Enviado por Lucca Moreira | 25 de Julho de 2025

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O que você faz importa
Consegui rever no final de semana a série "The Offer", que conta a história de como o filme Poderoso Chefão foi gravado, todos os seus perrengues e acertos para se tornar um clássico.
Em uma cena específica, o produtor executivo Al Ruddy está tentando animar o diretor da Paramount Bob Evans, totalmente deprimido. Evans então fala:
"Nada disso que nós fazemos é real, tudo é uma farsa. Vendemos pessoas fingindo serem outras pessoas para entretenimento."
E então Al Rudy diz:
"É real sim, precisa ser real. Nós sacrificamos demais da nossa vida para não significar nada. E por mais que eu gosto de acreditar que se a gente pudesse voltar no tempo nós faríamos diferente, eu sei muito bem que não faríamos."
Eu, como um grande apaixonado por filmes, entendo exatamente o que Rudy quer dizer, porém acredito que essa mensagem se aplica a tudo que nós fazemos na nossa vida.
Não é porque o que fazemos não é algo grandioso ou que irá mudar o mundo que não importa. Tudo importa a partir da hora que nós acreditamos que importa.
Cada hábito bom adquirido, cada nova conquista por mais simples que ela seja, cada dia de trabalho bem executado.
Enquanto ficamos vidrados nos grandes feitos de grandes humanos, muitas vezes enxergamos nossa vida, nossas missões, como insignificantes. E isso é uma mentira. Elas são tudo para nós e precisam ser, independente do que seja.
A significância da nossa própria vida quem estabelece somos nós, por mais "farsa" que possa parecer.
Não existe comparação e muito menos um caminho só. Tudo importa porque somos nós entregando nosso máximo para tornar aquilo real.
O maior prazer que conheço é fazer uma boa ação secretamente e que ela seja descoberta por acaso.
Tudo importa.

A opinião coletiva é imaginária
"Quando percebo que estou preocupado com o que os outros vão pensar, percebo que geralmente não estou preocupado com a opinião de uma pessoa específica.
Se eu escolher uma pessoa específica, raramente me preocupo com o que ela vai pensar. O que temo é a opinião coletiva na minha cabeça. É imaginário."
Quantas ações você tomou por causa da imaginária opinião coletiva?
Eu já tomei muitas, seja para provar algo ou para provar que não ligo sobre algo. A verdade é que falar que "não ligamos para opiniões dos outros" e efetivamente não ligar estão a quilômetros de distância.
Essa frase do James Clear é na minha visão um exercício para reduzirmos o peso dessa "opinião". A partir da hora que colocamos nomes, vemos que no fundo não estamos nem aí e que na verdade esse coletivo é totalmente imaginário.
Toda vez que você se encontrar imaginando a opinião coletiva, coloque nomes e rostos na sua imaginação. Rapidamente essas opiniões importantes se tornarão irrelevantes.
A maioria das pessoas são outras pessoas. Seus pensamentos são opiniões de outras pessoas, suas vidas são imitações, suas paixões são citações.
Vou além: essas opiniões na verdade não são de outras pessoas, são da nossa imaginação sobre outras pessoas, o que as torna ainda mais fáceis de ignorar.

O exercício da cafeteria (texto editado do Billy Oppenheimer)
O psicólogo e escritor Adam Mastroianni conhece muitas pessoas que estão insatisfeitas com seus empregos.
Quando ele pergunta o que elas acham que as deixaria mais felizes, muitas respondem algo como: "Eu adoraria ter uma pequena cafeteria."
"Se estou me sentindo espirituoso naquele dia", escreve Mastroianni, "pergunto a elas: Onde você compraria os grãos de café? Qual tipo de caneca de café é melhor? Quanto custa uma máquina de café expresso La Marzocco? Você assaria seus muffins de mirtilo na própria loja ou compraria de terceiros? Que software você quer usar para o seu sistema de ponto de venda? E para programar os turnos? O que você faz quando o seu gerente assistente liga às 6 da manhã e diz que não pode ir trabalhar porque está com diarreia?"
O objetivo desse procedimento é desmembrar a fantasia vaga e idílica de ter uma pequena cafeteria em seus detalhes e desafios reais do dia a dia.
Se você não consegue responder a essas perguntas e/ou não as acha interessantes, "você não deve abrir uma cafeteria, porque é assim que você passará seus dias como proprietário de um café. Você não ficará sentado com os olhos semicerrados em uma poltrona, tomando um café com leite e cumprimentando seus clientes habituais enquanto folheia Anna Karenina".
Gostamos de sonhar com o cenário de filme, mas o que vemos não é a completa realidade porque tudo irá requerer muito trabalho.
Precisamos nos interessar pelo trabalho porque nossa vida envolverá em sua grande parte aquilo.

1 série: The Offer
Nota IMDB: 8,6
Onde assistir: Paramount +
Eu gostaria de trazer algo extremamente profundo sobre esse filme, mas não precisa. É só um filme incrível de assistir. É uma experiência com todas as emoções, algo que valorizo muito quando estamos falando de filme.
Mas um ponto de reflexão mais profundo que tive foi: mesmo que ela tenha sofrido talvez um dos piores crimes na história do cinema, ela nunca abandonou sua moral.
Mesmo na maior raiva, precisamos nos manter morais porque sem isso, o que temos?
É um dos meus filmes e diretores favoritos, nunca tinha indicado e é bom demais.

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Até a próxima,
Arthur Mota,
Co-Founder Insight Espresso

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