A paciência do propósito

O Joe Rogan lançou essa semana um podcast com o policial Joe Pistone, o policial infiltrado Donnie Brasco (sim, do filme).

Achei fascinante toda sua jornada, mas uma coisa vou carregar comigo. Joe ficou anos indo a bares, trabalhando sete dias por semana para iniciar seu trabalho de infiltrado na máfia.

Enquanto isso, seus filhos e sua mulher estavam do outro lado do país. Ou seja, por anos ele estava pacientemente esperando para iniciar um trabalho que podia muito bem matá-lo.

Enquanto isso aqui estou, muitas vezes desesperado para que a coisa aconteça rápido, o sucesso chegue.

Brincar com perspectivas como essas é incrível para nossa mente e quando o fiz a pergunta que ficou foi: estou querendo acelerar minha vida para quê?

Estou construindo, criando e ajudando pessoas. O que mais eu poderia pedir da vida? Sinceramente, eu não sei.

O cara esperou anos para iniciar a parte mais difícil do seu trabalho, que era efetivamente cometer crimes como policial disfarçado. Tudo porque ele sempre quis ser da polícia e ajudar no combate ao crime dos Estados Unidos.

Eu consigo esperar anos trabalhando no conforto da minha casa para que o sucesso comece a vir. E mais do que isso, estou perseguindo esse sonho vivendo uma vida muito tranquila. Acelerar para quê?

Lembre-se desse caso: o propósito do Joe era ser policial e por anos ele ficou infiltrado sem nenhum sucesso, só para fazer seu primeiro bom contato na máfia. E depois que ele fez, o seu trabalho de verdade começou.

Foi paciência para trabalhar mais, e isso é incrível porque, quando estamos falando de propósito, não tem certo e errado, nem louco. Só temos que perseguir e ser pacientes.

Uma contradição importante sobre consistência

"Uma consistência tola é o duende das mentes pequenas..." – Ralph Waldo Emerson

A ideia é do Sahil Bloom, eu adaptei:

Vivemos em um mundo que celebra a consistência.

Você está lendo uma newsletter que celebra a consistência.

Somos ensinados que o sucesso é encontrado do outro lado da ação consistente. Que aparecer, repetir nossas ações, dia após dia, é a única maneira garantida de conquistar as coisas que queremos na vida.

E há verdade nisso: a consistência é de fato uma força poderosa para o bem.

Mas, como a maioria das coisas, a dose faz o veneno.

Consistência cega é tão ruim quanto inconsistência.

Consistência cega é rígida. Formulaica. Teimosa. Ela se agarra a pensamentos, mentalidades, hábitos e comportamentos originais sob o disfarce de virtude.

A consistência que deveria te libertar começa a te aprisionar.

Considere isto:

• Você controla seus inputs, mas é julgado pelos seus resultados.

• Inputs que falham em produzir os resultados desejados devem ser ajustados, não repetidos.

O truque está nos horizontes temporais. No curto prazo, é perfeitamente razoável que inputs e resultados sejam deslocados — significando que você nem sempre verá uma recompensa direta pelos seus esforços. Mas no longo prazo, inputs e resultados devem convergir. Se não convergirem, você pode precisar ajustar seus inputs.

No final de cada mês, pergunte a si mesmo:

• Meus inputs diários estão criando meus resultados desejados?

• Há algum pensamento, mentalidade, hábito ou comportamento ao qual estou me agarrando que não me serve mais?

• Há algum ajuste que deveria fazer nos meus dias?

Adapte. Aja. Conquiste

Se divirta cada vez mais

"Permaneça brincando à medida que suas responsabilidades aumentam. É fácil se tornar sério quando as pessoas e os resultados dependem de você, mas o desempenho de quase todo mundo melhora quando eles seguem com leveza pelo mundo." - James Clear

Esse é um dos segredos da vida na minha visão.

Nunca leve a vida tão a sério assim, se divirta no processo independente dos riscos. E sabe por quê?

Porque você vai errar, quem está com você vai errar, objetivos serão atingidos e outros passarão longe.

E tudo isso podemos fazer com uma seriedade inabalável ou com uma leveza enorme. Eu prefiro o caminho da leveza.

Quando eu tinha 23 anos, assumi uma posição bem alta de gestão em uma empresa que estava crescendo muito.

Durante diversos meses eu estava estressadíssimo, cobrava meu time com uma ignorância e queria levar tudo na maior seriedade possível. A conclusão que tirei: não vale.

É estressante, é desnecessário e o que antes era divertido de fazer se torna uma obrigação pesada. Vamos ser leves. Não é melhor só para a gente, mas para todos ao nosso redor.

1 Filme: Free Solo

Onde assistir: Disney +

Nota IMDB: 8.1

É um documentário sobre Alex Honnold, um escalador na sua jornada de escalar uma montanha chamada El Capitan em Yosemite. Ah, sem corda.

Mais de 800m sem corda.

Você sua, você sofre a cada passo dado, mas é inspirador porque Alex sabe dos riscos - no caso, o único risco: a morte - mas ele ama com toda sua essência fazer aquilo. Para nós é algo inconcebível, para ele um objetivo inevitável.

Até a próxima,

Arthur Mota,

Co-Founder Insight Espresso