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#125 - maturidade, foco de controle interno e excesso de dados
Enviado por Lucca Moreira | 27 de Junho de 2025

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O que vamos explorar hoje?
A falsa sensação dos dados: Parei de usar smart watch porque dados ruins viravam desculpa para ser preguiçoso.
Foco interno vs externo: A diferença entre ser protagonista ou espectador da sua vida está na sua perspectiva.
Sacrifício gera maturidade: Se sua vida foi fácil demais, force pequenos sacrifícios para criar caráter.
1 Indicação de um ótimo filme para o fim de semana.
A falsa sensação dos dados
Ano passado comprei um relógio Garmin para ter mais assertividade no acompanhamento dos meus treinos de corrida. Assim que ele chegou, fiquei fascinado com o tanto de coisa que ele media. Era energia, sono, batimento cardíaco, VO2 max e várias outras coisas.
Viciei em acompanhar métricas. Todo dia que acordava olhava para minha qualidade de sono, ficava acompanhando durante todo o dia meu nível de energia e sempre que me sentia mal olhava para o nível de estresse.
Há mais ou menos dois meses parei com tudo. Estou lendo o livro Antifrágil do Nassim Taleb e ele fala sobre o perigo dos dados.
Sua reflexão é que mais dados, na grande maioria dos casos, não significa mais ciência ou conhecimento porque nos dá a falsa sensação de controle. Foi essa linha de pensamento que me fez parar.
É bom acompanhar o quão bem você dormiu, se a sua energia está carregada ou qualquer outro dado que esses relógios mostram, porém, saber dessas coisas no final do dia não faz nada por você. Na verdade, defendo hoje que atrapalham mais que ajudam.
E atrapalham porque nos dias que suas métricas estão ruins (as quais você não consegue mudar porque já aconteceram e foram medidas) eu tendia a usar como desculpa esses dados para render menos, descansar, deixar tarefas para os dias bons. Virava munição para preguiça.
Ser antifrágil é entender que não interessa se dormi mal ou se minha energia está baixa, eu preciso lidar com o dia da melhor forma possível. É mais fácil fazer isso sem ter uma nota para sua energia que tangibiliza seu cansaço ou uma nota de que seu sono foi ruim e você não entrou no sono REM.

Foco interno de controle vs foco externo de controle
Em 1954, Julian Rotter introduziu o conceito de "Locus de Controle" - basicamente como você enxerga as causas dos eventos na sua vida.
Foco externo de controle: Você acredita que seus resultados são determinados por forças fora do seu controle - sorte, outras pessoas, circunstâncias.
Foco interno de controle: Você acredita que tem controle sobre seus resultados através do esforço, foco e atitude.
Na minha vida fui vendo que, independente do que realmente aconteceu, mesmo que seja uma sorte tremenda, temos que ter uma visão interna de controle.
Essa simples diferença de perspectiva tem implicações extraordinárias.
Ela nos coloca como protagonistas na nossa vida e, portanto, nos entrega poder de influência. A visão externa nos torna espectadores da nossa vida e, portanto, nos tira poder.
E mais importante ainda, temos que abraçar o foco interno principalmente nos momentos de teste e desafios - quando a vida parece conspirar contra você. É normal nessas horas derivar para o foco externo.
Como eu falei, independente das situações, por mais que pareçam externas, sempre devemos tentar retomar o foco interno. Faça essas perguntas:
Qual parte dessa situação está no meu controle?
Qual ação pequena posso tomar agora?
Se meu melhor amigo estivesse enfrentando isso, que conselho eu daria?
Por mais externo que um evento pareça, internalize e seja protagonista. A alternativa de ser passageiro na nossa vida nos deixará mais confortáveis para aceitar as coisas como estão.

Sacrifício gera maturidade
Ontem fui em um evento de networking de uma empresa de IA de grandes amigos em São Paulo e tive oportunidade de conversar com pessoas de tremendo sucesso.
Uma das pessoas com quem conversei foi a Mari Vabo e no papo ela falou algo que ficou comigo:
"A maturidade dos homens está diretamente ligada ao tanto de sacrifícios pelos quais ele passa."
E por mais que ache isso especialmente verdade para os homens, vejo que se encaixa no ser humano como um todo.
Não é à toa que as lendas de qualquer profissão, seja músico, empresário ou atleta, viveram na grande maioria infâncias e adolescências difíceis.
O sacrifício ou grandes desafios criam caráter e, portanto, precisamos deles. E se tivemos vidas que não geraram isso de forma natural, podemos forçar esses sacrifícios em nós mesmos.
E o mais legal é que não precisa ser extraordinário, pode ser no dia a dia.
É acordar uma hora mais cedo só porque temos desdém de acordar cedo.
É parar de beber porque gostamos de uma cerveja para relaxar.
É tomar um banho gelado somente porque está frio para tomar um banho gelado.
É morar sozinho porque o conforto de morar com os pais está bom demais.
Tudo isso é sacrifício, tudo cria maturidade. Tudo nos mostra que conseguimos sofrer, abrir mão de mais do que imaginamos. Se não existe a necessidade de sacrificar, sacrifique mesmo assim.

1 Filme: American Underdog
Onde assistir: Netflix
Nota IMDB: 7.1
á indiquei esse filme há um tempo e com o tema de hoje vou repetir um filme pela primeira vez.
Esse filme conta a história real de uma lenda da NFL (Futebol Americano) e como uma vida de aventura nem sempre é bonita e certeira. Às vezes o herói precisa sofrer mais do que ele mesmo imaginava.
Enquanto temos o poder de acreditar que temos controle, conseguimos influenciar o mundo.
Eu desafio você a não escorrer uma lágrima nesse filme.

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Até a próxima,
Arthur Mota,
Co-Founder Insight Espresso

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