#119 - Convicção, maestria e palavras

Enviado por Lucca Moreira | 06 de Junho de 2025

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O que vamos explorar hoje?

  • Estágios da maestria: Primeiro você aprende as regras, depois as quebra, por último cria as suas próprias - onde você está em cada área da sua vida?

  • Palavras e seus pesos: A mesma palavra pode destruir ou curar dependendo da intenção por trás dela - o que realmente importa não é o que você diz, mas como você diz.

  • Esperança vs ilusão: Esperança é saber que vai conseguir mesmo quando tudo está difícil - ilusão é achar que vai ser fácil.

  • 1 Indicação de um ótimo filme para o fim de semana.

Os estágios de maestria

Modelo de maestria Shu-Ha-Ri:

  • Shu (obedecer): Aprender a operar de acordo com as regras

  • Ha (quebrar): Começar a desafiar e adaptar as regras

  • Ri (transcender): Criar novas regras

O primeiro estágio (Shu) trata do aprendizado das convenções existentes. Primeiro precisamos aprender a jogar o jogo, trabalhar dentro dos confins desse jogo.

Após entendermos o jogo, precisamos usar as regras existentes e manipulá-las. O jogo ainda é o mesmo, as regras também, mas as possibilidades aumentam porque você não segue mais uma interpretação rígida do jogo.

Por fim, nos encontramos na posição de criar novas regras. É a hora de influenciar o mundo de forma impactante. Não existe caminho pré-definido e lógica clara. O que você cria, você testa, você define se vale a pena manter.

Em todas as áreas da vida vamos nos deparar com esses passos, e precisamos passar pelos três porque, para chegar no Ri e transcender, nossa mente precisa estar calejada e disposta a errar, e muito!

Li um texto do Sahil Bloom falando sobre esse modelo e fiquei refletindo onde eu estaria. Cheguei na conclusão de que depende da área da minha vida. Por exemplo:

Nos negócios: estou em Ha. Já manipulo as regras, já vivo uma forma que enxerguei de viver, mas nos confins ainda do existente. Modelo ideias, crio a partir de coisas já existentes, mas ainda não criei algo novo... ainda.

No espiritual: estou em Ri. Hoje tenho minhas próprias regras do que é ser espiritual, do que são religiões, e não sigo dogmas ou crenças pré-estabelecidas. Não porque não as valorizo, mas porque não acredito que existe uma forma só de praticar religião.

Fiz isso para todas as áreas e foi bem interessante e motivador porque nos torna autoconscientes e, da mesma forma, tranquilos. Ainda tenho uma jornada para perseguir. Inclusive no espiritual, por mais que me considere no último estágio, é só uma jornada começando. Ainda tenho muito a criar.

As palavras contam, mas a intenção define o valor

Escrevendo o primeiro tópico, fiquei pensando na questão de hoje tomar mais cuidado com palavras, de forma intencional.

Porém, me veio nesse instante, literalmente: se a palavra não carrega um significado nela, não deveria importar tanto assim.

A palavra "desgraça", por exemplo, é muito forte e considerada pesada demais para quem é de algumas religiões cristãs. Apesar disso, se um comediante está falando ela em um contexto de piada, não deveria carregar esse significado tão forte.

É melhor, na minha visão, não dizer nada do que dizer palavras assim, mas acredito que importa mais o peso que colocamos nelas do que a palavra dita.

Uma palavra bem mais leve como "babaca" pode ser, se direcionada a alguém com imensa raiva, muito mais pesada que todas as outras.

A conclusão e reflexão com esse tópico é: não importa tanto a palavra e sim a intenção que colocamos na palavra. Tanto palavras negativas quanto positivas.

Já conheci muita gente que fala de forma linda, só palavras incríveis de escutar e que deveriam em si carregar grandes elogios, e são zero genuínas.

Da mesma forma, conheci pessoas mais travadas e tímidas que não conseguem falar para outra pessoa que ela é incrível, mas que quando falam que a pessoa é legal, você sente no fundo da sua alma.

Lembre da intenção. Palavras são só palavras até colocarmos o significado nela.

Esperança vs ilusão

Fui ontem ao meu médico de anos já, que trabalha na linha e tradição oriental da medicina, e descobri que tinha rompido algumas fibras musculares no meu calcanhar.

Além disso, descobri também que a fisioterapia que fiz na semana passada só piorou porque colocaram ventosas em locais errados na minha perna.

Estou há duas semanas sem conseguir correr e domingo temos 42 km pela frente. Longos e árduos quilômetros.

Seria muito fácil ir para o lugar sombrio da mente, da dúvida e do medo, após esse diagnóstico. Apesar disso, nada mudou. Na verdade, saí mais convicto de lá do que cheguei.

Por quê?

Porque nunca cogitei que seria uma prova tranquila - até porque estou correndo há apenas nove meses - vai doer muito e provavelmente vou mais de uma vez na provaquerer desistir.

Não esperaria nada de diferente e, portanto, estar com menos força na perna esquerda, estar sentindo dor, está bem alinhado com a minha expectativa.

Gosto muito de uma frase de um grande estoico chamado Almirante Stockdale:

"Você nunca deve confundir a fé de que prevalecerá no final - que você nunca pode perder - com a disciplina para confrontar os fatos mais brutais da sua realidade atual, sejam eles quais forem." 

Almirante Stockdale

Temos que ter esperança, mas não podemos nos iludir da realidade em que nos encontramos. Vai ser difícil sim, vai doer sim, mas tenho a convicção de que vou chegar mesmo mancando.

Essa é a grande diferença entre esperança e ilusão. Ilusão é achar que chegaria na prova 100%, correria fácil como outros amigos fizeram e seria uma caminhada no parque.

Eu não entrei para ser uma caminhada no parque. Entrei para encontrar algo forte e resoluto em mim, e então cada desafio que surge só aumenta minha convicção de que vai ser exatamente isso.

1 Filme: KING OF MOAB

Onde assistir: Youtube

Nota IMDB: não classificado

Na edição de duas semanas atrás eu escrevi sobre isso. Eu estou feliz em estar conquistando esse objetivo da maratona, porém, isso não é nada.. O Max Joliffe é um dos malucos que ultrapassam qualquer limite humano. 

MOAB é uma prova de ultramaratona no meio do deserto de 240 milhas, são 386km. O documentário conta como foi sua PRIMEIRA prova e o feito extraordinário que ele atingiu. É sofrido, você sente a dor que é enfrentar algo assim e o quanto a mente nos faz ultrapassar qualquer limite que acreditamos que temos. 

Assistir essas coisas são pra mim uma fonte de inspiração porque mais inatingível que são os feitos deles, me gera a sensação de: se ele consegue isso, eu consigo fazer mais. 

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Até a próxima,

Arthur Mota,

Co-Founder Insight Espresso

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